DocLisboa 2020

DocLisboa 2020

O DocLisboa é o um dos festivais de cinema documentário mais importantes de Portugal e volta mais um ano com varios filmes espanhóis.

O Doclisboa pretende questionar o presente do cinema, em diálogo com o seu passado e assumindo o cinema como um modo de liberdade. Recusando a categorização da prática fílmica, procuram-se as novas problemáticas presentes na imagem cinematográfica, nas suas múltiplas formas de implicação no contemporâneo. O Doclisboa tenta ser um lugar de imaginação da realidade através de novos modos de percepção, reflexão, novas formas possíveis de acção.

O Festival Internacional de Cinema – DocLisboa anunciou um novo formato, de modo a adaptar-se a esta nova situaçao que estamos a viver. Ao invés das duas semanas habituais do festival, a programação divide-se agora em seis módulos, entre outubro de 2020 e março de 2021. Segundo o comunicado de imprensa, “cada momento será antes guiado por uma ideia orientadora sob a qual estarão filmes que trazem consigo a habitual diversidade formal e temática”.


Filmes espanhois

Notas sobre a habitabilidade en A Barca

  • 22 de outubro–3 de novembro. Online.
  • De Cinema Semente, 2020, Espanha, 17 minutos.

As imagens do filme foram gravadas durante uns dias de Verão em A Barca, uma aldeia abandonada no sul da Galiza. Mostram a experiência de um grupo de cineastas ao abordarem um território pela primeira vez, as pessoas que encontram pelo caminho, o que ouvem, ideias e reflexões. Enquanto exercício de subjectividade, o filme demonstra o fascínio por uma planta, musgo, um gato, umas pessoas maravilhosas. É uma tentativa de compreender uma realidade: uma região com uma história complexa e um conjunto de problemas. O filme é uma primeira abordagem a essa realidade, cuja compreensão não é total.

Out of Here

  • 22 de outubro–3 de novembro. Online.
  • De Juan Manuel Ruiz Jiménez, Paolo Aguilar Boschetti, Daniel Vidal Toche e Alejandro Pérez Castellanos, 2020, Espanha, 39 minutos.

Um velho tenta regressar à pátria da sua infância dilacerada pela guerra. Um jovem tenta chegar à lua. Ambos impossíveis, os dois caminhos entrelaçam-se e lembram-nos que a jornada não tem fim. Onde estamos, quando viajamos? Esse tempo não existe.

Work or to Whom Does the World Belong

  • 23 de outubro às 19:00. No Cinema São Jorge, Av. da Liberdade 175, Lisboa.
  • 30 de outubro às 15:00. No Cinema São Jorge, Av. da Liberdade 175, Lisboa.
  • De Elisa Cepedal, 2019, Espanha / Reino Unido, 65 minutos.

Uma zona residencial volta a ser um campo de batalha nos confrontos entre grevistas e Polícia. Após o fracasso da última greve, os trabalhadores têm de escolher entre a acção e a apatia. O filme observa uma comunidade mineira pelo prisma da etnoficção enquanto esta negoceia o declínio da mesma indústria que permitiu o seu surgimento. Um longo período de desindustrialização que afecta a região inteira dá lugar a uma paisagem decadente de bocas de minas e aterros de entulho.

La Mami

  • 24 de outubro às 18:00. No Cinema São Jorge, Av. da Liberdade 175, Lisboa.
  • 25 de outubro às 15:00. No Cinema São Jorge, Av. da Liberdade 175, Lisboa.
  • De Laura Herrero Garvín, 2019, México / Espanha, 82 minutos.

Uma das divisões no interior do lendário cabaré Barba Azul tornou-se num abrigo para as raparigas que ali trabalham: a casa de banho das mulheres. Todas as noites, La Mami, que é responsável pelas casas de banho, dá-lhes o carinho e o aconselhamento de que precisam para enfrentar o desafio que têm pela frente na pista de dança. Lembram-nos que as alianças são decisivas quando a sociedade em que vivemos nos está constantemente a julgar e a estigmatizar.

House of Others

  • 29 de outubro às 21:30. Na Cinemateca Portuguesa / Museu do Cinema, R. Barata Salgueiro 39, Lisboa.
  • De Rusudan Glurjidze, 2016, Geórgia / Rússia / Espanha, 103 minutos.

Pouco depois da guerra civil na Abecásia, um casal e seu filho ocupam uma casa numa aldeia deserta, ignorando a presença na vizinhança de uma outra família, que os espreita com apreensão. As casas alheias são territórios agrestes, carregados de memória e de dor, que nenhum dos participantes deste conto de ambígua culpa e geografia tem o poder de remediar. Resta a violência surda das guerras perdidas, por um cinema que a escalpeliza e a todos convoca.

Resistência Íntima

  • 3 de novembro às 21:30. No Cinema Ideal, Rua do Loreto 15, Lisboa.
  • De Left Hand Rotation, 2020, Portugal / Espanha, 22 minutos.

Um documentário interrompido por um vírus. Prolongar para sempre a mais curta das caminhadas e voltar para casa a cada passo, essa é a natureza da nossa intimidade errante. Interior e exterior são sinónimos. A fronteira é uma janela aberta.

Camagroga

  • 25 de fevereiro a 3 de março às 21:30. Online.
  • De Alfonso Amador, 2020, Espanha, 112 minutos.

Huerta de Valencia é um local privilegiado de agricultura mediterrânica. Tem sobrevivido até hoje, mas foi-se deteriorando nas últimas décadas. “A Huerta está a morrer”, alegam os produtores. Um dos últimos é Antonio Ramon. Camagroga acompanha o trabalho deste e da filha ao longo de um ano inteiro. O filme é uma elegia sobre o trabalho, a terra, a tradição e a resistência.

Me More

  • 5 de março às 21:30. No Cinema Ideal, Rua do Loreto 15, Lisboa.
  • De Ángel Montero, 2020, Espanha, 15 minutos.

“Eu máis é uma experiência emocional, um sentimento, a reminiscência de um sonho em que as vozes e os corpos se perdem e se encontram na Natureza, no tempo. Eu máis é uma viagem ao primitivo, uma interrogação para os animais, uma tentativa de furar o medo e me fundir com tudo, de tentar exprimir tudo o que não sou capaz de dizer.”(Ángel Montero)

Times of Desire

  • 25–31 Março. Online.
  • De Raquel Marques, 2020, Espanha, 60 minutos.

É revelado um novo lugar no mundo enquanto Bea é confrontada com a perda e com o que imagina que virá. Na casa que se prepara para abraçar a mudança, moram medos. Uma solidão imprevista também parece fazer parte do seu desejo, o de ser mãe sem parceiro e lésbica. À medida que o corpo de Bea se transforma, a câmara oscila entre o afecto e a distância. Raquel filma-a presa a um tempo em que partilhavam a mesma ideia de comunidade. Uma tentativa de se (re)conhecerem uma à outra e talvez uma necessidade de se interrogar sobre a família, o amor, a amizade e todos os desejos que extravasam os limites da intimidade.

A Revolt Without Images

  • 25–31 Março. Online.
  • De Pilar Monsell, Espanha, 2020, 15 minutos.

“Uma das rebeliões mais desconhecidas da nossa história, A Revolta do Pão, foi liderada por mulheres em Córdova, em Maio de 1652. Não há rostos nem nomes. Não há nenhuma imagem delas. Como recuperar os gestos de resistência de quem não conseguimos ver?” (Pilar Monsell)

  • Cinema
  • Lisboa
  • qui, 22 de outubro —
    qua, 31 de março 2021

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Vários locais, Lisboa

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Organizado pela Associação Apordoc

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