O FMM Sines traz importantes artistas espanhóis em 2017

O FMM Sines traz importantes artistas espanhóis em 2017

O maior evento de world music realizado em Portugal decorre em Sines de 21 a 29 de julho com a participação de Cantos de Cego da Galiza e Portugal, Sumrrá, Maria Arnal i Marcel Bagés e Mercedes Peón.

O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é um festival de música realizado no concelho de Sines, na Costa Alentejana de Portugal, todos os meses de julho. Organizado pela Câmara Municipal de Sines, é um festival de serviço público cultural povoado por espectadores-descobridores. Adotando “Música com espírito de aventura” como assinatura, define-se por uma programação exigente apresentada em cenários históricos e urbanos de grande beleza e autenticidade, próximos de uma costa com paisagem protegida.

A programação do FMM abarca a largueza da world music e transcende as suas fronteiras. Abre-se à folk, ao jazz, à música alternativa, à fusão e às músicas urbanas. Mais do que um festival de world music ou música de raiz tradicional, o FMM Sines é um festival que procura as músicas do mundo reais como são feitas e vividas no nosso tempo: músicas miscigenadas, marcadas pelos contactos entre artistas de origens geográficas e culturais diferentes, devedoras dos movimentos de ideias e pessoas que definem a contemporaneidade.

A edição 2017 do festival contará com a participação de importantes artistas espanhóis:

Cantos de Cego da Galiza e Portugal

  • 24 e 25 de julho às 18h no Pátio das Artes de Sines. Entrada livre.
  • Nos dois lados do rio Minho, desde pelo menos a Idade Média, muitos cegos ganhavam a vida a cantar em feiras, romarias, mercados e ruas principais das grandes cidades. Os temas eram os que povo queria ouvir: crimes, enganos amorosos, vidas de santos, feitos históricos. Foi este património, e a vontade de revisitá-lo, que uniu César Prata, cantor e multi-instrumentista português, e Ariel Ninas, sanfonista e folclorista galego. As canções portuguesas chegaram a César Prata pela voz de cantores ainda vivos. As canções galegas resultaram de pesquisa no cancioneiro. Talvez pela maior proteção social dos cegos em Espanha, já não há cegos a cantar nas ruas da Galiza.

Sumrrá

  • 25 de julho às 23h15 no Centro de Artes de Sines.
  • É galego um dos melhores trios de jazz de Espanha. Nasceu em 2000, em Santiago de Compostela, e caracteriza-se por um jazz melódico, aberto às influências que mais lhes interessem a cada momento, sem escolas nem modelos. O nome do grupo é Sumrrá - transcrição do grito que o baterista L. A. R. Legido deu um dia no “fragor de um solo”. Completam o trio o pianista Manuel Gutierrez e o baixista Xacobe Martínez Antelo. Tocam com lirismo, swing e humor. Gravaram cinco discos, ganharam prémios e encómios da crítica, mas o que os move é o prazer de voar nas asas da improvisação. “Não há intencionalidade. Há apenas vida em forma de música.”

Maria Arnal i Marcel Bagés

  • 27 de julho às 17h no Centro de Artes e Sines.
  • Em 2016, foi encontrada em Burgos uma vala comum da Guerra Civil de Espanha onde jaziam 45 cérebros e 1 coração mumificados. Foi esta descoberta e o silêncio ensurdecedor que traz consigo que despoletou o álbum de estreia de Maria Arnal e Marcel Bagés. Ela na voz, ele na guitarra elétrica, formam o duo inevitável da nova folk catalã. Há tempo que percorrem os arquivos sonoros da Península à procura de canções que são o eco de gente como nós em tempos que não o nosso. É a partir do retrato que essas canções fazem do quotidiano que passou, juntamente com composições originais, que Maria e Marcel ajudam a iluminar a vida dos nossos dias.

Mercedes Peón

  • 27 de julho às 22h no Castelo de Sines.
  • A herança musical galega interessa-lhe desde adolescente. Percorreu aldeias à sua procura. Gravou discos com ela, ensinou-a, divulgou-a na televisão. Gaiteira, percussionista e cantora, tornou-se “o rosto” da música galega de raiz tradicional. Até que essa imagem começou a parecer-se com um colete-de-forças. E sentiu que tinha mais para dar do que reinterpretar a tradição. Começou a compor originais, a trabalhar material eletroacústico, a ser ainda mais autónoma em palco. Mas ser mais Mercedes na música que fazia não significou quebrar a ligação ao meio. Para o disco que vai lançar no outono, andou pelos estaleiros navais de Ferrol a gravar os sons das máquinas e as vozes das pessoas.
  • Música
  • Sines
  • seg, 24 de julho —
    qui, 27 de julho 2017

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