WOOL 2025

O mais antigo festival de arte urbana em Portugal apresenta sua 12ª edição com a participação de artistas espanhóis, promovendo a transformação social e cultural da Covilhã através da arte, com foco na descentralização e coesão comunitária.
O WOOL | Covilhã Arte Urbana apresentou-se em 2011 como o 1º festival destas expressões de Arte Contemporânea em Portugal, introduzindo-as como ferramentas capazes de promover transformação social, cultural, económica e/ou turística numa comunidade e território, especificamente do Interior, aspirando a sua crescente coesão, sustentabilidade e uma necessária descentralização da Cultura.
Este ano apresenta-se a 12ª edição do festival com uma presença notável de artistas espanhóis que vão cobrir as ruas da Covilhã com o seu trabalho. Este ano o festival contará com uma programação multidisciplinar, de intensa criação e ocupação do espaço público, ambicionando continuar a assumir-se como exemplo de transformação do território e da comunidade através da Arte e da Cultura, dando continuidade a esta sua missão de descentralização cultural, de inclusão e coesão social e territorial.
Entre os artistas selecionados encontram-se Boa Mistura, Lidia Cao e Ampparit:
Boa Mistura
Boa Mistura é um colectivo artístico com raízes no graffiti, nascido em Madrid no final de 2001, fundado pelos licenciados em Belas Artes Pablo Ferreiro e Juan Jaume, o artista plástico Rubén Martín de Lucas, o ilustrador Pablo Purón e o arquitecto Javier Serrano. Actualmente, estão activos Pablo Ferreiro, Pablo Purón e Javier Serrano. O termo “boa mistura” refere-se à simbiose que existe entre eles.
O seu trabalho desenvolve-se principalmente em espaços públicos, compreendendo-se como um elemento transformador, capaz de criar ou alterar as relações das pessoas com o local onde vivem.
Já realizaram projectos em mais de 40 países em todo o mundo, colaborando com organizações como a ONU, Amnistia Internacional, PNUD, Greenpeace, Acção contra a Fome ou Cruz Vermelha, entre muitas outras.
O seu trabalho já integrou a Bienal Ibero-Americana de Design – BID 2024 e 2020, a Bienal de Dakar 2022, a Bienal Urbana de Shen Zhen 2017, a Bienal de Pintura Mural de Cali 2016, a Bienal de Arte de Havana 2015, a Trienal de Design de Milão 2015, a Bienal de Arquitectura e Urbanismo – BIAU 2015 e a Bienal de Arquitectura de Veneza 2012 no Pavilhão de Espanha.
Participaram em exposições e mostras em inúmeros centros de arte como o Museu Reina Sofia de Madrid, o Museu MAXXI de Roma, o Museu Hyundai ALT1 de Seul, o CAC de Málaga, o Palácio de Belas Artes de Santo Domingo, o Centrequatre de Paris, o Centro de Cultura Contemporânea Condeduque, o Centro de Arte de Alcobendas, o Museu Welt de Viena e o Bauhaus-Archiv de Berlim.
A sua metodologia de trabalho foi galardoada com a medalha de bronze nos World Habitat Awards da UN Habitat + World Habitat 2018.
Lidia Cao
Lidia Cao (n. 1997) é licenciada em Ilustração pela EASD Pablo Picasso da Corunha. Desde muito jovem que se interessa pelo desenho, especializando-se no tratamento de figuras e rostos, analisando cuidadosamente as expressões para dizer muito com o mínimo.
Nas suas obras, as personagens têm um peso primordial na composição e as atmosferas oníricas que gera potenciam a expressividade dos seus rostos, que funcionam como retratos psicológicos íntimos e adquirem uma dramaturgia velada mas intensa.
Destaca-se o seu domínio do volume através de um traço firme e preciso, o seu gosto pela síntese nas paletas de cores que utiliza, ponderando a importância do desenho sobre a cor.
Em 2016 a arte urbana cruzou o seu caminho, e desde 2018 a sua carreira de ilustradora alia-se ao seu trabalho mural, que ganha cada vez mais peso, levando-a a participar em vários eventos de arte urbana nos últimos anos, tanto a nível nacional como internacional, passando por África, Grécia, Noruega, Irlanda, Estados Unidos, Ásia, etc.
Ampparito
A prática artística de Ampparito (n. 1991) desenvolve-se sobretudo em espaços públicos, intervindo e/ou alterando a realidade, na maioria dos casos de forma autónoma. Jogando com o óbvio, a linguagem, a percepção, a escala, o acidental e o fortuito, Ampparito provoca acções de ligação imediata com o espectador que vão da reflexão à contemplação estética ou, simplesmente, à indiferença.
Ampparito tem trabalhado em muitos locais diferentes, desde zonas rurais a grandes cidades, deslocando-se constantemente em viagens durante as quais acaba por improvisar, e, se for caso disso, modificando também a paisagem. Entre os seus projectos pessoais destacam-se Sobreexposiciones y cuidados, com a colaboração curatorial de Jordi Pallarès, em B-Murals, Barcelona (2019); Incluso un reloj roto acierta dos veces al día, Galeria Cerquone, Madrid (2022); e Fotomatón, com a colaboração de Irene Luna, um work in progress de acções com registo fotográfico por toda a Espanha.