De Mãos Dadas

3 de maio: Eurocidade Elvas – Badajoz – Campo Maior

Separados pelos rios Guadiana e Caia, Elvas, Badajoz e Campo Maior, formam um triângulo geográfico e histórico desde os quais os seus cidadãos se observam há séculos e desde o 3 de maio de 2018 constituem-se como Eurocidade para fomentar a colaboração entre elas. Elvas branca e íngreme, no sopé da Serra da Ursa e protegida pelos seus fortes muros e bastiões. Badajoz, estendida às margens do Guadiana e dominada pelos perfis das torres Espantaperros, Santa María e a Catedral de San Juan. Campo Maior (espanhol antes de ser português) complementa ao norte o triângulo defensivo ao redor da fronteira.

Com monumentos com caraterísticas semelhantes, seus recintos defensivos nos falam sobre encontros e mal-entendidos, sobre situações épicas que desapareceram para sempre e que hoje servem para atrair turistas. Duas línguas diferentes, além de uma origem comum, que felizmente para os dois povos eles souberam superar, primeiro com o “portuñol” e progressivamente com o esforço dos seus cidadãos para estudar, entender e falar correctamente as línguas de Camões e Cervantes.

3 de maio: Eurocidade Elvas – Badajoz – Campo Maior

Rio Caya (Wikipedia)

25 de abril: Abril 74 – Lluis Lach

Enquanto Espanha ainda era dominada por Franco, os que podiam vinham a Portugal respirar. Lluís Llach, importantíssimo cantor catalão, nascido em Girona em 1948, foi um deles. Em Lisboa, compôs Abril 74, incluído em Viatge a Itaca um dos álbuns mais vendidos em Espanha em 1975 (150.000 exemplares).

25 de abril: Abril 74 – Lluis Lach

Abril 74 (Wikipedia)

18 de abril: Os Castros do Noroeste da Península Ibérica

Num novo Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, queremos reivindicar um património próprio da Península Ibérica: a cultura castreja, uma cultura que se desenvolveu, desde finais da Idade do Bronze até ao início da nossa era, no noroeste da Península Ibérica, numa área que cobriria o norte dos atuais Portugal, Galiza, Principado das Astúrias, província de Leão e província de Zamora.

Sua característica mais marcante são os povoados fortificados conhecidos como castros. Os castros eram povoados fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a defesa da população. As plantas destes assentamentos são redondas: mais ou menos circulares ou ovaladas. No seu interior as construções, nas quais também dominam as formas circulares ou elípticas, distribuem-se sem ordem aparente.

Ainda que não se saiba exatamente o seu número; a quantidade total, para todo o território do noroeste, devia rondar os 4000 ou 5000, o que indica uma elevada densidade de povoação para a época. Podemos destacar Cividade de Terroso, em Povoa de Varzim ou o Castro de Santa Trega, na Galiza.

18 de abril: Os Castros do Noroeste da Península Ibérica

Castro de Santa Trega (Wikipedia)

15 de abril: Premio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

No Dia Mundial da Arte queremos apresentar o Prémio Luso Espanhol de Arte e Cultura, constituído em 2006 e de caráter bienal, visa distinguir um autor, pensador, criador ou intérprete vivo, ou ainda uma pessoa coletiva sem fins lucrativos, que, por intermédio da sua ação na área das artes e cultura, tenha contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento.

Até agora já foram galardoados Mariza (PT), Pilar del Rio (ES), Lídia Jorge (PT), Carlos Saura (ES), Siza Viera (PT), Perfecto Cuadrado (ES) e José Bento (PT).

15 de abril: Premio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

Premio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (portugal.gov.pt)

7 de abril: Almada Negreiros

Um 7 de abril como hoje nascia José de Almada Negreiros, uma das figuras míticas do modernismo português, que chegou a Madrid a 31 de Março de 1927, onde ficou cinco anos.

A estadia madrilena foi decisiva na sua formação como escritor e artista. O tempo que passa na capital espanhola coincide com a aparição da Geração de 27, criada ao amparo da revista La Gaceta Literaria, fundamental para o autor durante a sua estadia em Madrid. Naqueles anos, a sua convivência com escritores, artistas e arquitetos será fundamental na “educação sentimental” de Almada que, no entanto, encontrará o seu par artístico mais estável em Ramón Gómez de la Serna.

Muitos nomes vinculados nos primeiros anos vinte ao Ultraísmo espanhol (o parente mais direto do primeiro Modernismo português), como Adriano del Valle ou Guillermo de Torre, reconheceram a importância de Almada no âmbito do Modernismo português e ibérico.

7 de abril: Almada Negreiros

Almada Negreiros (Wikipedia)

27 de março: Gil Vicente

Gil Vicente (1465–1536) é considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, ator e encenador. É considerado o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico, já que também escreveu em castelhano – partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.

Gil Vicente escreveu 44 obras, 11 das quais em espanhol, 15 em português e 18 numa mistura de ambas línguas. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.

27 de março: Gil Vicente

Gil Vicente (Wikipedia)

21 de março: José Bento

No Dia Mundial da Poesia lembramo-nos de José Bento, o grande poeta e tradutor português, importante divulgador da cultura hispânica em Portugal, tendo começado a fazer traduções do espanhol para o português há mais de meio século.

José Bento foi a primeira pessoa galardoada com o Prémio Luso Espanhol de Arte e Cultura, concedido por um júri presidido naquela edição por José Saramago. Definindo José Bento como “pessoa discreta, tímida que não aparece e trabalha”, Saramago sublinhou que os 62 títulos por ele traduzidos revelam “um grande amor pelas letras de Espanha e da América Latina”.

21 de março: José Bento

José Bento (Orlando Almeida / Global Imagens)

14 de março: Ferry entre Caminha e A Guarda

No Dia Internacional de Ação pelos Rios, damos a conhecer a todos o Ferry entre Caminha e A Guarda. Embora o rio Minho conte com cinco pontes internacionais ao longo do seu percurso, o ferry entre A Guarda e Caminha continua a unir Portugal e Espanha desde há mais de 24 anos.

Diariamente, centos de pessoas continuam a utilizar este serviço de transporte transfronteiriço para ir trabalhar ou para fazer as compras. Além disso, o barco Caminha–A Guarda é também um reclamo turístico: percorrer a distância entre ambas as margens supôs uma agradável experiência de um das paragens mais interessantes da Península Ibérica.

14 de março: Ferry entre Caminha e A Guarda

Ferry entre Caminha e A Guarda (Telemariñas)

8 de março: Carmen de Burgos e Ana de Castro Osório

Com motivo do dia Internacional da Mulher, 8 de Março, relembramos duas figuras femininas de ambos países que estiveram unidas por fortes vínculos intelectuais e pessoais; Carmen de Burgos e Ana de Castro Osório. As duas foram pioneiras e ativistas influentes na luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens nos inícios do século XX.

Ana de Castro foi uma escritora de grande destaque na política, no jornalismo e na literatura portuguesa desde finais do século XIX, e Carmen de Burgos foi a primeira jornalista profissional espanhola e uma das escritoras mais importantes do primeiro terço do século XX. O seu pai foi nomeado vicecónsul de Portugal em Espanha, dependente do Consulado de Cádiz em 1872. Ambas partilhavam grandes ideais de igualdade para as mulheres e justiça social para todos, a par de uma incessante obra jornalística e literária: Ana de Castro, mais como política, Carmen de Burgos, mais como escritora.

8 de março: Carmen de Burgos e Ana de Castro Osório

Carmen de Burgos e Ana de Castro Osório (Wikipedia)

3 de março: Sierra de la Culebra e Parque Natural de Montesinhos

Hoje é do Dia Internacional da Vida Selvagem, criado em 2013 pela ONU para celebrar a fauna e a flora do planeta. Por isso, trazemos a Serra da Culebra e o Parque Natural de Montesinhos, um conjunto montanhoso localizado no noroeste da província de Zamora e no nordeste de Trás-os-Montes. É um dos melhores locais para o avistamento da fauna silvestre, a contemplação de paisagens silvestres ou a vivência de manifestações etnográficas únicas ou já desaparecidas noutras zonas.

A nível internacional, este território é conhecido por acolher uma das joias da fauna e emblema da luta pela conservação, o lobo ibérico, cuja presença representa uma das maiores densidades desta espécie na Península Ibérica e Europa Ocidental. Além disso, nos últimos anos tem sido detectada a presença do lince-ibérico nas montanhas.

3 de março: Sierra de la Culebra e Parque Natural de Montesinhos

Sierra de la Culebra (Wikipedia)

25 de fevereiro: Paco de Lucía

O 25 de fevereiro de 2021 cumprem-se cinco anos do falecimento de Francisco Sánchez Gómez “Paco de Lucía”. O “filho da Lúcia”, Lucía Gomes Gonçalves “La Portuguesa” foi um músico e compositor considerado o melhor guitarrista de flamenco contemporâneo e um dos mais virtuosos do instrumento a nível mundial, galardoado com o Prémio Príncipe de Asturias em 2004.

Sua mãe, a quem associou o seu nome, era natural de Castro Marim, no Algarve, terra que visitava frequentemente, a qual dedicou em 1981 um disco. Em 2017 a Câmara Municipal de Castro Marim apresentou uma biografia autorizada, dois anos depois do lançamento na cidade do Festival de Lucia.

É-lhe atribuída a responsabilidade da reforma que levou esta arte à cena musical internacional com a inclusão de novos ritmos desde o jazz, a bossa nova e a música clássica. Deste modo destacam as suas colaborações com artistas internacionais como Carlos Santana, Al Di Meola ou John McLaughlin, mas também com outras figuras do flamenco como Camarón de la Isla ou Tomatito, com os que modernizo o conceito de flamenco clássico.

25 de fevereiro: Paco de Lucía

Paco de Lucía

17 de fevereiro: Josefa D’óbidos

um 17 de fevereiro como hoje de 1630, Josefa de Ayala Figueira, conhecida como Josefa de Óbidos (Sevilha, 1630–Óbidos, 1684), foi uma pintora nascida na Espanha que viveu e produziu em Portugal. Seu pai, oriundo de Óbidos, dedicou-se à pintura em Sevilha no atelier de Francisco de Herrera el VIejo, quem apadrinhou a Josefa após a seu nascimento em Sevilha.

Trata-se da pintora mais destacada da segunda metade do século XVII português, reconhecida pelas suas pinturas e os seus aportes à história da arte universal da Idade Moderna. Foi especialista na pintura de flores, frutas e objetos inanimados. A influência exercida pelo barroco tornou-a uma artista com interesses diversificados, tendo-se dedicado, além da pintura, à estampa, à gravura, à modelagem do barro, ao desenho de figurinos, de tecidos, de acessórios vários e a arranjos florais.

17 de fevereiro: Josefa D’óbidos

Josefa D’óbidos (Wikipedia)

3 de fevereiro: Álvaro Siza Vieira

Álvaro Siza Vieira é um dos mais importantes arquitetos da história de Portugal e do panorama contemporâneo, tendo sido galardoado, entre outros, com o Prémio de Arquitetura Contemporânea Mies van der Rohe, o Prémio Pritzker, ou o Leone d’Oro da Bienal de Arquitectura de Venecia pela sua trajetória profissional.

Em Espanha realizou obras emblemáticas como o Centro Galego de Arte Contemporáneo, o Edifício da Reitoria da Universidade de Alicante, ou o Paraninfo da Universidade do País Vasco. E foi reconhecido com o Prémio Grupo Compostela, ou, com o Premio Nacional de Arquitectura de España em 2019, sendo a primeira pessoa não espanhola em receber este Prémio. Além de ser investido Doutor Honoris Causa pelas Universidade de Sevilha, Granada e a Politécnica de Valencia.

3 de fevereiro: Álvaro Siza Vieira

Álvaro Siza Vieira (El País)

27 de janeiro: Reinar depois de morrer

No âmbito da Mostra Espanha 2019 teve lugar a estreia em Portugal da peça Reinar depois de morrer, de Luis de Guevara, sobre o mito de Inês de Castro. Abordando a questão do relacionamento entre Portugal e Espanha através do amor proibido (e trágico) entre D. Pedro I de Portugal e D. Inês de Castro, Reinar depois de morrer apresentou-se em Almada, Porto, Almagro e Madrid.

A equipa criativa do espetáculo reuniu artistas espanhóis (encenação de Ignacio García, atual diretor do Festival de Almagro; adaptação de José Gabriel Antuñano) e portugueses (tradução de Nuno Júdice; cenário de José Manuel Castanheira; e figurinos de Ana Paula Rocha). A versão portuguesa com o reparto da Companhia Teatro de Almada foi representada em Espanha por primeira vez no dia 27 de janeiro de 2020.

27 de janeiro: Reinar depois de morrer

Reinar depois de morrer (TMJB)

22 de janeiro: São Vizente de Fora

O Mosteiro de São Vizente de Fora é fruto da promessa feita pelo Rei D. Afonso Henriques depois de conseguir conquistar a cidade aos muçulmanos em 1147, e foi levantado “fora” das muralhas. Mais tarde, o Mosteiro seria reconstruído durante a dinastia filipina pelos arquiteto italiano Filippo Terzi e o espanhol Juan Herrera e é considerada a primeira grande construção maneirista em Portugal, servindo de modelo a outras construções religiosas. Atualmente é a sede do Patriarcado de Lisboa e encontram-se no seu interior os Panteões da Casa Real de Bragança e dos Patriarcas de Lisboa.

22 de janeiro: São Vizente de Fora

São Vizente de Fora (Wikipedia)